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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Levítico: o livro que fala da santidade de Deus

Levítico  

O livro que fala da santidade de Deus

Cleonice Russo



O Livro de Levítico é o terceiro livro de Moisés e está no centro da Tora , ou seja o culto 

está no centro da vida de Israel. O livro começa com a expressão “ê chamo a” e o tema 

fundamental é a santidade de Deus. A grande questão é como Israel podia se relacionar com 

o Deus santo dentro da aliança que Israel tinha com Deus.

A primeira parte vai tratar da questão da regulamentação dos sacrifícios. 

O livro parece em um primeiro momento sem atrativos. Mas não se pode entender o NT e o 

sentido da obra de Cristo sem se dar a devida atenção ao livro de Levítico.

E importante dar a atenção ao fato que o livro começa com uma seqüência. A palavra 

Ê. É uma continuação do Êxodo. É como se fosse um manual de instrução cúltica. Ele 

regulamentava e orientava como se deveria entrar em comunhão com Deus. Foi escrito 

para o povo, não para o sacerdote. Isso traz uma idéia que o povo conhecia a forma de se 

realizar o culto e podia por assim dizer “cobrar” dos sacerdotes uma fiel representação 

da congregação. Apesar do sacerdote representar o povo, o povo participava de forma 

direta desse processo, não era uma participação alienada. Aqui eles percebiam o quanto 

era sério o distanciamento de Deus, o sacrifício tinha que ser bem feito, isso mostrava 

desde pequenininho uma criança via que o salário do pecado era a morte. A morte de um 

animal que estava próximo dele estava relacionado com o pecado. A seriedade do que 

estava acontecendo era representado de forma pública, muito bem estruturada, marcando a 

separação do homem de Deus por causa do pecado. Eles eram uma sociedade agropecuária 

então ofereciam o que fazia parte do seu mundo, como por exemplo hoje oferecemos 

dinheiro.Eles sabiam o que o sacerdote estava fazendo lá. Eles entendiam o que acontecia. 

E inclusive eles tinham que participar individualmente do sacrifício. Colocando suas mãos 

sobre o animal. Levítico fala da necessidade da vida santa, da pureza ritual e cerimonial, 

que comunicava o que é sagrado e o que não é. Fala da gravidade do pecado e de como ele 

deveria ser expiado. Muitas leis cerimoniais que falavam da vida íntima, muitas leis sociais 

que falam como devemos nos portar no culto a Deus. 

O texto começa dizendo que “da tenda do encontro o Senhor chama a Moisés e lhe 

ordenou...”

Havia um tabernáculo com um pátio maior onde estava o altar principal e a bacia de 

bronze e na parte interior tínhamos a tenda da congregação ou tenda do encontro de onde 

Deus fala a Moisés. 

Havia o gado maior (rebanho bovino) e o gado menor (gado miúdo, rebanho caprino e 

ovino) e havia uma regulamentação especial para o holocausto (que significa aquilo que 

sobe, a fumaça que sobe do sacrifício).

O holocausto era o tipo de oferta, do sacrifício quando o gado era queimado perante Deus 

no sacrifício, no altar. Era completamente queimado, tinha que ser um animal macho, sem 

defeito, que deveria ser escolhido de acordo com as posses do ofertante. O sentido era fazer 

propiciação pelo ofertante. Os holocaustos ocupam o capítulo primeiro inteiro. A idéia 

era de dedicação total a Deus. Havia uma idéia aqui que a pessoa precisava manifestar de 

maneira concreta o que seria apresentado a Deus. Por meio da demonstração concreta o 

indivíduo que vivia da atividade da pecuária entendia como a questão do pecado deveria ser 

tratado de forma séria. O fermento e o mel não tem nenhum mal em si. O mel e o fermento 

mas a idéia aí é a de estragar, nesse sentido é de morte. E o sal faz durar, sentido de vida, 

de permanecer, de preservar, de ir adiante. O sal da aliança. Sentido de continuidade, 

permanência. 

Já no segundo capítulo vemos uma outra oferta que fazia parte do sistema sacrificial. E a 

oferta de cereal. Ela era trazida a partir do fruto da terra, provavelmente o próprio trigo. 

Uma porção cerimonial era queimada perante o Senhor. As demais porções eram comidas 

pelo sacerdote. E era feito uma espécie de bolo sem fermento no qual era incluído o sal. A 

idéia era de gratidão pelos primeiros frutos da terra. Era uma oferta dedicada especialmente 

ao Senhor. Essas ofertas eram uma maneira concreta de reconhecer o que Deus havia feito.

O que é cultuar. Cultuar a Deus pressupõe que Deus está acima, Ele é superior. O que 

devemos trazer para ele deve ser superior. O segundo é o distanciamento. Deus está acima, 

Ele é superior. Qual é seu espírito, sua atitude, 

A oferta de comunhão era chamada de oferta de paz, pacífica, e a oferta pelo pecado. 

Essa oferta era voluntária e aceitava-se pequenos defeitos. Apenas a gordura era 

queimada. As demais porções eram repartidas em uma refeição de comunhão entre os 

sacerdotes e o ofertante. Ela poderia ser feita por uma benção inesperada, por um voto 

cumprido e em ação de graças. Ela era fruto da gratidão e o foco mais importante nesse 

sacrifício. Mostrava essa relação harmônica entre o ofertante e o Senhor. Já a oferta 

pelo pecado tinha um foco diferente. Ela dependia de quem a apresentava. Ela quando 

era oferecida em favor do sacerdote, era um novilho que era dedicado, se fosse um rei a 

oferta era um bode. Se fosse um indivíduo do povo era uma cabra que era apresentada. 

Essa oferta pelo pecado se aplicava em uma situação que implicava numa necessidade 

de purificação. Era a idéia do reconhecimento que o sujeito era pecador por natureza. A 

gordura era queimada e as demais porções eram comidas pelo sacerdote. O quinto tipo de 

oferta era o carneiro sem defeito oferecido como sacrifício pela culpa, ela envolvia uma 

situação de culpa objetiva, tinha um fato específico em vista. A oferta pelo pecado era geral 

(reconhecia o estado de pecador do ser humano) e a oferta pela culpa envolvia o fato da 

pessoa ter pecado especificamente, mesmo que a pessoa tivesse pecado sem intenção. A 

oferta pela culpa era comida pelo sacerdote e a gordura era queimada perante o Senhor. O 

foco era o distanciamento entre Deus e o homem e o caminho para o homem se aproximar 

do Senhor.

A idéia de não comer sangue tem a ver com a idéia do sangue ser o símbolo máximo da 

vida. E por um raciocínio de pureza, de separar aquilo que estava ligado ao sagrado. A idéia 

não é que o sangue tem um poder espiritual. A questão da alma está no sangue não significa 

que se você se cortar e perder um pouco de sangue você perdeu um pouco de sua alma. 

Não é isso, tem mais a ver com a idéia da vida, tem o sentido que aquilo que é vivo não 

vive sem sangue. A idéia em Atos 15,o sangue foi proibido de ser comido no NT mais com 

o sentido de mistura com os pagãos. No AT tem significa ritual e no NT não. A gordura 

foi proibida por que foi considerada uma coisa especial. A idéia do Mundo antigo era 

que o rico era o gordo. O que tinha uma vida privilegiada. Os reis, os ricos, eram melhor 

alimentados e eram gordos. Os que trabalhavam muito eram em geral muito magros.

A IDÉIA da diferença no que diz respeito ao pecado pela culpa, ERA a idéia da diferença, 

sensibilidade de Deus falando para a pessoa de acordo com sua possibilidade real e 

também a idéia de quanto mais conhecimento mais responsabilidade, uma era a oferta do 

rei (sentido de maior autoridade).

O sangue espalhado pelo altar traz a idéia da contaminação do pecado (o pecado a tudo 

contamina). A idéia de purificação plena, completa, sangue espalhado por toda parte para 

vislumbrar de forma concreta. 

A idéia do sem querer não muda a realidade do fato que o pecado é pecado. A realidade do 

pecado não é psicológica. Muitos quando estão fazendo algo errado buscam um conselheiro 

que o fazem sentir bem consigo mesmo. Mas a realidade do capitulo 5: é que o pecado 

tem realidade objetiva. O pecado não é se sentir mal. Muitos fazem barbaridade e não se 

sentem mal. O pecado é pecado porque é uma realidade executada contra Deus e contra sua 

vontade. Se eu pisar no acelerador ao invés do freio, o fato de fazer isso sem querer não 

muda a realidade do fato que a pessoa vai ser atropelada. 

A santidade nos faz ter uma consciência maior da realidade do pecado.

O que importa é restaurar a comunhão com Deus.

Todo o ritual do livro de Levítico enfoca a realidade da prioridade de Deus e da relação 

do homem com Deus. Não é possível prosseguir adiante na vida sem uma restauração 

profunda e absoluta com Deus.

Dedicação,submissão – holocausto

Gratidão-oferta de cereal

Ação de graças – celebração da paz – oferta de comunhão

Restaurar uma situação prejudicada pelo pecado – oferta de culpa

O papel do sacerdote

Levítico de 6 a 10

No início de Levítico encontramos os cinco sacrifícios apresentados ao Senhor no culto do 

AT. No capítulo 6 os assuntos são retomados, repitidos. Mas desta vez o enfoque é um 

pouco diferente. Aqui aparece o papel do sacerdote. Como Arão e seus filhos devem lidar 

com a regulamentação para cada uma das ofertas. Do capítulo 8 a 10 fala mais 

especificamente de Arão e seus filhos, sua consagração, o exercício de seu ofício sacerdotal 

e a questão do que é de fato o sacerdote é então ressaltada. O sacerdote é uma figura que 

aparece inicialmente no livro de Êxodo e tem a ver com a intermediação entre Deus e o 

homem. O sacerdote apresenta o homem a Deus, já o profeta apresenta Deus ao homem. O 

sacerdote é a figura desse intermediário. Jesus é nosso sumo sacerdote. Ele estabeleceu a 

intermediação entre o Pai e o homem. A partir daí aprendemos a idéia do Novo Testamento 

que Cristo é nosso intermediador. O sumo sacerdote era responsável pelo Tabernáculo e 

pelas ofertas ministradas diariamente. Ele tinha uma espécie de uma vestimenta especial, 

ele tinha sobre si derramado o óleo da unção. O manto sacerdotal tinha sobre si o peitoral 

com as pedras que lembravam as doze tribos de Israel, tinha um turbante com uma espécie 

de coroa com seus adereços. A importância do sacerdote mostrava que ele estava lidando 

com as coisas de Deus com o sagrado. Sua função era trabalhar em favor da aproximação 

de Deus e do ser humano. O livro de Levítico não fala apenas da consagração de Arão e 

seus filhos e do início de seu ministério, ministério, aliás, muito abençoado por Deus como 

vemos da manifestação da glória de Deus que levou o povo a gritar de alegria e a prostrar-
se em adoração. O que nos surpreende neste contexto de glória é que no capítulo 10 vemos 

um evento que chama nossa atenção. Nadabe e Abiu trouxeram fogo profano diante do 

Senhor e foram mortos pelo Senhor. Deus declara que se mostrará santo dos que dele se 

aproximam e se mostrará santo. A surpresa é que eles trazem um fogo não permitido e são 

mortos na hora. Depois Moisés chama alguns integrantes da família de Arão e ordena que 

retire os parentes mortos. Moisés disse também que os sacerdotes não poderiam tomar 

vinho antes de ministrar. Eles deveriam fazer distinção entre o santo e o profano. A relação 

deles era complicada. Eles corriam o risco de se acostumarem com a liturgia e não 

diferenciarem a santidade da presença de Deus. O texto nos mostra o perigo. Com fogo 

santo não se brinca. Os outros filhos de Arão também mostraram uma dificuldade de 

compreender a santidade de Deus. O conhecimento de Deus deve nos trazer uma atitude de 

profundo temor e respeito. 

Existe uma distância entre Deus e o homem. O pecado prejudicou nossa relação de 

comunhão com Deus. 

Hoje temos acesso livre diante de Deus por causa de Jesus. Mas não devemos permitir que 

nosso coração perca o sentimento de profundo temor pela santidade de Deus.

Levítico 11 – fala de pureza e santidade. O povo que servia a Deus deveria ter uma vida 

separada, o Senhor trouxe então regras e leis ligadas ao que eles comiam. O fundamental 

era mostrar a separação com tudo o que estava relacionado com a morte. Animais que 

comiam animais mortos eram proibidos, animais que se arrastavam pelo chão, e o chão era 

o espaço onde estavam os mortos, eram proibidos. A ênfase era separar o puro do impuro, 

separando dos pagãos. 

Os judeus religiosos, conservadores, os jassidins entendem que devem observar 

literalmente essas leis. Eles tem até um rabino que observa o abate dos animais, etc. Do 

ponto de vista religioso e cerimonial, Jesus considerou puros todos os alimentos.

Levítico 12 a 15 

A questão no texto com respeito a maternidade é que há uma diferença, um distanciamento 

entre Deus e o homem, isso em virtude da sua condição de ser criatura, afetado pelo 

pecado. O mal atingiu a tudo no universo, inclusive as coisas boas e abençoadas por Deus, 

para que isso ficasse bem claro havia sacrifícios e ofertas para cada ocasião. A idéia é que 

aquilo que era para ser vida se torna morte. Há um líquido vital que se perde. Ele é símbolo 

de vida. Esse sacrifício é para marcar, para mostrar a referencia clara dessa separação, da 

diferença. A purificação envolve a pessoa que se tornou impura pelo fluxo.

A diferença entre o homem e a mulher não tem a ver com o machismo, a purificação 

pela menina durava o dobro do que a do menino. Vivia-se numa sociedade na qual a vida 

dependia da força física e a força física passava pelo homem que sustentava a família. 

As mulheres casam novas, tem filhos o tempo todo, para que a vida possa prosseguir o 

homem tem que sair de casa, caçar, plantar. A razão porque a lei diz isso é difícil de saber, 

ela provavelmente refletia a sociedade da época. Exemplo as leis que dizem respeito aos 

escravos, não favorece a escravidão apenas reflete o tipo de sociedade. 

Não há como estabelecer uma relação que uma pessoa que tinha um tipo de contaminação 

tinha cometido um pecado específico. Há sim um reflexo que o pecado atingiu a sociedade. 

Há sim a idéia de contaminação, mas isso não era em virtude de um pecado específico. 

Não são textos normativos. Não podemos entender esse texto como texto para ser praticado 

na igreja hoje. A revelação bíblica é progressiva. Essas leis cerimoniais são abolidas 

em Cristo. Elas apontam para uma realidade. Elas são sombras. Tinham uma função 

pedagógica que já foram concretizadas. Nesse caso os fatos eram descritivos, narrativos, 

mas não normativos.

A principal lição é que o Deus de santidade é o Deus da vida. Tudo o que lembrava a 

morte, ou trazia o perigo de contaminação e conseqüentemente de morte estava afastado 

do Deus da Bíblia. Isso é significativo porque vivemos em uma época ameaçada pelo signo 

da morte, uma sociedade marcada pelo aborto, pelo crime, nunca se matou tanto como no 

último século. A violência e a morte têm tomado conta das salas de cinema de vida de tanta 

gente. O Deus da Bíblia é o Deus da vida. Ele considera o caminho de impureza e de morte 

deve ser distanciado. 

Levitico 13 e 14 

Era muito complicado ficar doente no mundo antigo. A preocupação dos capítulos 11 a 15 

de Levítico era a purificação cerimonial. As impurezas ligadas ao corpo humano tornavam 

o homem impuro para cultuar, para se aproximar de Deus. A fragilidade humana era 

exposta diante da santidade de Deus.

A questão da lepra diz respeito às mais diversas doenças da pele. A idéia do texto não é 

médica embora suas técnicas sejam usadas na medicina hoje, a separação, a quarentena. 

As únicas inferências de cura dizem respeito a ação de Deus, como era o caso de Naamã 

no tempo de Eliseu. Não temos informação de alguma técnica propriamente terapêutica. A 

idéia de separação diz respeito ao indivíduo diante da sociedade. É proteger a sociedade. 

Como separamos uma pessoa com suspeita de doença infecto-contagiosa. O foco era a 

relação da santidade. O isolamento era um mal menor. 

Os lugares eram definidos por sua santidade. Fora do acampamento não existe nada de 

santidade. Há uma espécie de ensinamento didático de santidade. Esse ambiente mostrava 

como era o relacionamento de Deus com o povo. Era uma espécie de pedagogia concreta.

Quando Jesus aparece e começa a tocar o que não pode ser tocado. Cristo mostra para nós 

que Deus está conosco, no seu poder de restauração plena, muito extraordinária. Após 

lermos Levítico, ao lermos o NT as coisas vão ficar muito mais claras, Jesus vence todas 

as barreiras que nos separam de Deus. Todas as barreiras são quebradas. Tudo o que nos 

separa de Deus e nos separa uns dos outros.

Levítico 16 – o ritual ligado a expiação esse mesmo assunto é discutido no capítulo 23 e 

também é mencionado em Hebreus. A ordem dos acontecimentos era o seguinte. O sumo 

sacerdote ia até a bacia, ele tirava suas vestes comuns, lavava-se e entrava no lugar santo 

e vestia as roupas especiais ligadas ao dia de expiação. Vestia a túnica sagrada de linho, 

o calção de linho, o cinto de linho, o turbante de linho, ele então ia ao altar do holocausto 

e realizava um sacrifício por si mesmo pelo povo, depois disto ele entrava no lugar 

santíssimo no lugar da arca com parte do sangue, com incenso, com brasas vivas no altar 

do holocausto, o incenso era colocado sobre o fogo e a fumaça cobria a tampa para que ele 

não morresse. Em seguida ele aspergia parte do sangue do novilho sobre a tampa da arca 

e diante dela, aí ele saiu e lançava sortes para ver qual bode seria sacrificado e qual seria 

enviado para o deserto. Diante do altar do holocausto ele sacrificava esse bode sorteado 

como oferta pelo povo e voltava para o lugar santíssimo e aspergia o sangue do bode diante 

a tampa da arca e sobre ela. E aí saia do lugar santíssimo com o sangue do novilho e do 

bode e aspergia esse sangue sobre o altar do holocausto e colocava a mão sobre o bode e 

simboliza o pecado do povo e mandava para o deserto. O homem que levava o bode tinha 

que se lavar antes de entrar no acampamento. Então o sumo sacerdote se despia das suas 

roupas e se lavava e vinha para o altar e oferecia um carneiro para si e outro pelo povo. E 

banhava-se e lavava suas roupas e voltava para o povo. O dia mostrava a idéia da remoção 

do pecado do povo. Esse dia, o "yom kippur", acontece em outubro e é muito valorizado 

pelos judeus até hoje. A palavra se humilhar tem o sentido de jejuar, por isso os judeus 

fazem jejum. E um dia de humilhação e não pode haver trabalho nesse dia. A propiciação 

será feita uma vez por ano.

A religião judaica não equivale a pratica do AT literalmente. Ela se baseia em Esdras. Os 

judeus hoje se reúnem, fazem um jejum, um exame de consciência. Não se pratica todos os 

detalhes de Levitico 16. 

Há uma ligação desse bode emissário com Cristo que morreu fora da cidade, uma tipologia 

perfeita é complicada. Há uma ligação entre eles e a obra de Cristo. Mas ainda falta luz 

para uma definição definitiva. Há uma idéia sim de remoção do pecado e isso é o que Cristo 

fez. O jejum aponta nossa fragilidade. E isso nos faz perceber melhor quem é o Senhor. 

A SANTIDADE PARA COM DEUS SE TRADUZ NUMA ÉTICA QUE INTERFERE 

NAS RELAÇÕES HUMANAS.

Levítico 17 a 19 mostra bem isso através dos mandamentos.

Reverenciar o idoso, amar o estrangeiro. O problema sério da sociedade é quando as 

relações humanas se deterioram, quando o próximo torna-se inimigo, uma ameaça. O 

idoso representa a base de onde eu vim. A prática de cortar o cabelo e se marcar pelos 

mortos eram comuns entre os caldeus. A questão das roupas, das misturas, tem a ver com 

o ambiente pagão e também de não ir além dos limites da natureza, de inventar além do 

possível. A tatuagem em Levítico tinha um significado religioso, em homenagem a uma 

divindade. Era uma forma de cultuar, reverencial o morto. O foco do texto é não permitir 

que o fraco seja explorado. O morto está nas mãos de Deus. Quando não aceitamos isso, 

não vamos conseguir e vamos entrar por um caminho perigoso. 

Levítico 18 a 20 – Sexualidade

Nos últimos 50 anos a sexualidade tem sido um foco da sociedade. Uma nova moralidade 

foi instaurada com muitos problemas difíceis de serem contornados. A sexualidade é 

fundamental para a experiência humana contemplada na Bíblia, que estabelece limites 

para seu exercício. A sexualidade sem limites torna-se motivo de deboche, desprezo, é 

desvalorizada e provoca o aumento de maldade na terra. 

Um dos fundamentos de qualquer civilização está relacionado com a maneira como 

a sociedade pensa sua sexualidade. As sociedades antigas tinham uma visão mais de 

conjunto e não individualista como hoje. A pessoa sem referencia sexual prejudica a 

sociedade. A maioria dos crimes hediondos são praticados por pessoas com problemas 

na sua sexualidade. As sociedades que se entregaram aos prazeres imediatos faliram e 

sucumbiram. As orientações aqui tem validade em termos de proibições no NT também. 

O contexto da sociedade antiga era favorecido em relação a sociedade atual que é 

bombardeada com herotismo. A preservação na inocência ajuda a lidar com os vícios que 

surgem na adolescência. A lei mais rígida e mais séria inibe as práticas erradas. Então não 

é apenas a ação do Espírito Santo. O ambiente era menos problemático e as leis eram mais 

eficazes. O Espírito Santo não elimina a realidade da natureza pecaminosa. Existe o sentir-
se mal com o pecado, ele se policia. Mas isso não muda a realidade que a força da carne vai 

diminuir. 

Ou temos a Deus como referência ou temos o ser humano como referencia. As religiões da 

natureza, que não tem uma inspiração transcendental, eles via de regra tem a sexualidade 

como um referencial religioso. O satanismo e a bruxaria tem a sexualidade como prática 

ritual. Isso é um desvio do que Deus planejou para o ser humano. A sexualidade tem a 

ver com experiência pessoal profunda. A relação com Deus tem a ver com seu rosto. A 

experiência mais profunda e mais intensa da vida é experienciar o rosto de Deus. Sem 

limites não dá. 

Levítico 21 e 22 – pureza radical para os sacerdotes. Para o Deus especial toda a vida e 

culto deveria demonstrar pureza radical.

A Bíblia tem um princípio muito claro, quem tem mais luz é mais exigido. Não há idéia de 

impecabilidade. Ele era uma espécie de modelo para toda a congregação, por representar o 

povo diante de Deus sua vida deve ser referencia. A pessoa que decide lançar todo o legado 

fora está numa situação difícil. 

Trate a Deus como Ele merece. 

Levítico 23 a 25 –

O tempo de festa, os princípios de justiça, de igualdade e de fraternidade fazem parte dos 

planos divinos. 

O culto a Deus era demonstrado de forma concreta, objetiva. Isso era manifesto de modo 

concreto e claro. Havia um tempo sagrado durante o ciclo anual no AT. O tempo de Deus 

era um tempo muito alegre, de festa, de comemoração. A questão da blasfêmia durante 

esses capítulos demonstra que durante o tempo de comemoração e festa há aqueles que 

desprezam, menosprezam isso. 

Há o princípio sabático nesse texto, no qual o ser humano reconhece a Deus de forma 

especial e o ser humano reconhece sua finitude. O ano sabático, era um ano de repouso 

para as terras e campo, uma atitude sábia que visava não esgotar a terra e demonstrava a 

dependência de Deus e dentro desse enfoque havia o jubileu no quinquagézimo ano, os 

escravos eram libertos, as terras devolvidas, as dívidas quitadas, isso impedia a pobreza 

extrema, e esse mecanismo impedia o aumento exagerado de riqueza dos poderosos em 

oposição à miséria crescente. Depois era mencionada a festa da páscoa que lembrava a 

libertação do Egito. Na seqüência da páscoa que acontecia no mês de março/abril, nos 

próximos sete dias temos a festa dos pães sem fermento com assembléias e ofertas 

específicas, isso lembrava como o Senhor tirou os israelitas com pressa do Egito, após 

acontecia a festa dos primeiros frutos, reconhecendo a generosidade e a benção de Deus na 

terra, era apresentado um feixe, oferta movida ao Senhor e um cordeiro, logo após a festa 

das semanas, festa da colheita e depois chamada de festa do pentecostes, ela demonstrava a 

alegria e ação de graças a Deus pela colheita, com ofertas obrigatórias e voluntárias. E 

interessante que é nessa festa que temos uma relação profunda com o Cristianismo por 

causa da descida do Espírito Santo. Logo depois em outubro temos a festa das trombetas, 

também chamada de festa do ano novo, o povo pedia o favor de Deus. Havia o toque das 

trombetas e o sacrifício, logo após, nove dias depois havia o “Yom Kippur”, dia de 

repouso, de expiação, a ideia geral era de purificação de todos do sacerdote e do lugar 

santo. Cinco dias depois começava a festa Sucote, festa das cabanas, uma semana de 

celebração pela colheita e lembrava que o povo havia vivido em cabanas, também se 

oferecia sacrifícios. Havia também uma reunião solene que acontecia no final desse período 

no último dia, um dia de convocação, de sacrifício que comemorava o fim dos ciclos das 

festas. Essas festas mostravam Deus como Senhor do tempo. É importante mencionar que 

mais tarde surgiram duas festas importantes, posteriores, uma é o Purim, que é o dia 

especial de agradecer a Deus por livrar seu povo da destruição na Pérsia, acontece em 

fevereiro/março e também a festa das luzes, João 10:22 que é a Hanuka que lembrava a 

libertação no período dos Macabeus no ano 165 antes de Cristo. Isso mostrava de maneira 

concreta que Deus é o Senhor do tempo e da história.

A sociedade de Israel ela era socialista no sentido positivo do termo quando pressupunha 

que todos deviam ser contemplados pela benção de Deus e caminhava na direção de ter os 

bens mais divididos pelas pessoas. As melhores idéias socialistas foram tiradas da Bíblia. 

O problema do socialismo atual tirou Deus da jogada. Mas a base da ética é a confiança 

no próprio Deus. A postura sábia não tira a iniciativa do indivíduo (o socialismo radical 

retirou isso do indivíduo). Dentro da postura equilibrada o indivíduo tem o fruto do seu 

trabalho pelo seu próprio esforço, valoriza Deus e a realidade de Deus e o direcionamento 

divino e estabelece mecanismos que impedem que a sociedade seja dominada por homens 

sem escrúpulos. Se o socialismo corta a raiz da ética e da igualdade humana ele se torna 

tão predatório quanto o capitalismo e outros empreendimentos humanos. E infelizmente foi 

isso que aconteceu ao longo da história.

É interessante que a agricultura de Israel foi aprendida com os povos pagãos. Havia o 

perigo de a religiosidade pagã estar diretamente associada à agricultura. O que Israel fez foi 

mudar a interpretação naturalista e pagã da agricultura quando se adorava a entidades pagãs 

que supostamente garantiam uma boa colheita. No começo de março na ocasião da páscoa 

acontecia a colheita da cevada e em abril e maio acontecia a colheita geral, a colheita do 

trigo e a poda das videiras. Aqui acontecia a festa do pentecostes. A tradição judaica diz 

que a lei foi entregue na ocasião do pentecostes. Logo em seguida chegavam as primeiras 

uvas por volta de junho e julho. E por volta de julho e agosto acontecia a colheita das 

uvas, figos e azeitonas. E a vindima entre agosto e setembro e quando chegava setembro 

e outubro que acontecia o ano novo, o dia da expiação, festa das cabanas, o pessoal arava 

a terra e em outubro novembro e plantavam os grãos que cresciam na primavera, e os 

figos de inverno apareciam por volta de janeiro, fevereiro. E em fevereiro e março havia 

a retirada do linho e as amêndoas floresciam e acontecia a festa do Purim. É interessante 

observar que na própria Bíblia e na história as festas tiveram mudança de significado, basta 

ver o Pentecostes que foi absorvido pelo cristianismo. O princípio destas festas era pegar 

um contexto pagão e muda-lo e dedica-lo ao Senhor. 

O relacionamento adequado com Deus é com o Deus que se manifesta na história e que é 

Senhor do tempo. Por isso temos datas especiais para comemorar.

Levítico 26 e 27 obediência e responsabilidade

O capítulo 26 começa com advertência, não adore a imagens, Deus convoca o povo à 

obediência, a ouvirem sua palavra e a atentarem para suas orientações. A aliança trazia 

implícita a necessidade de obediência. 

A obediência envolve um relacionamento que primeiramente é pessoal. Isso envolve o 

reconhecimento devido de quem tem autoridade. Ela é fundamental para mostrar quem nós 

somos, para acharmos nosso lugar no mundo, nossa relação perante Deus. Conhecer a Deus 

em hebraico quer dizer, obedecer a ele. 

Em parte a teologia da prosperidade é verdade, o problema que é em parte. 

Deus quer um relacionamento conosco porque ele é um Deus pessoal. A santidade plena 

diante de Deus existe através de Cristo que morreu por nós

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