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quarta-feira, 20 de agosto de 2014

GEOGRAFIA BÍBLICA: Climas da Palestina

GEOGRAFIA BÍBLICA

Climas da Palestina

Isa Coimbra



Geograficamente, a Palestina situa-se na faixa subtropical; seu clima,

portanto, é sui generis, com apenas duas estações: chuvosa com frio e seca

com calor.1 A Palestina é encontrada entre 31o e 33o e 25’, latitude norte. A

extensão territorial de Israel é mínima. Apesar do tamanho, existem três

climas distintos nesse país:

1. Montanhas. Israel é um país essencialmente montanhoso. O ponto mais

elevado é o Hebrom, com pouco mais de 1.000 m. Jerusalém ergue-se a

uma altitude máxima de 800 m. Nas montanhas, o clima é sempre fresco e

ventilado, exceto quando esporadicamente sopram ventos do sul ou do

ocidente, o que ocorre quase sempre no verão. Por exemplo, em Jerusalém,

no inverno, o termômetro desce a 6o positivos e algumas vezes a zero com

neve. As geadas são mais frequentes. No verão o termômetro oscila entre

14o e 29o.

4 Em Guia de Israel, o prof. Zev Vilnay fornece informações maravilhosas sobre

estradas modernas de Israel, incluindo distâncias, especialmente nas p. 454-477.

1 LEGENDRE, Adolphe Alphonse François. Le Pays Biblique. Paris: Bloud & Gay, 1928,

p. 186.

2. Litoral. Israel confina a ocidente com o mar Mediterrâneo. A brisa marinha é

constante, principalmente à noite. No inverno, em Gaza e em Jafa, a

temperatura baixa para 14o; algumas vezes, um pouco menos. No verão

sobe para 23o, e na maior intensidade do verão, até 34o. Em Haifa, Naharia

e outros lugares mais ao norte, o frio é rigoroso. Em Rosh-Nikrah, na linha

divisória com o Líbano, o inverno é insuportável, principalmente quando

coincide com uma quadra chuvosa.

3. Deserto. Quando o Jordão sai do mar da Galileia, corre a 200 m abaixo do

nível do mar Mediterrâneo; em Jericó a 300 m e, por último, quando entra

no mar Morto, está a 400 m. O Jordão corre de norte para sul entre duas

muralhas de montes. O vale desse rio não recebe ventos de nenhum lado.

Os raios de sol se concentram no vale, tornando seu clima insuportável.2

No inverno a temperatura chega a 25o e no verão varia entre 43o, 45o e até

50o.

Jericó é um lugar diferente e com um clima também diferente. Nunca

chove. Está a 300 m abaixo do nível do mar. É a cidade mais verde de

Israel; o clima é constante: de dia 32o; à noite, 28o.3

Pontos cardeais

Giovanni Schiaparelli afirma: “Os hebreus antigos divisavam em seus

horizontes somente quatro direções e consequentemente quatro ventos (Jr

49.36; Ez 37.9; Dn 8.8; Zc 6.5). Estas ‘direções’ dos antigos correspondem

aos nossos pontos cardeais”.4 Para designá-los, os hebreus tinham três

sistemas distintos:

1. O observador está de frente para o levante:

a)Quedem (leste) — na frente.

b)Akhos (oeste) — na retaguarda.

c) Semol (norte) — à esquerda.

d) Yamin (sul) — à direita.

2. Derivado das aparências ligadas ao movimento do sol:

a) Mizrakh (leste) — o nascer do sol.

b) Mibô Hassehemesh (oeste) — o pôr do sol.

c) Tsafon (norte) — região escura, trevas.

d) Darom (sul) — região iluminada.

3. Topograficamente, indicando a direção de acordo com as circunstâncias

locais que coincidem com ela:

a) Sul (neguev) — para designar uma região seca e árida.

b) Oeste (miyam = do mar; yammah = para o mar) — norte e leste não

aparecem na Bíblia, exceto em Gênesis 13.14.

c) Ventos — “A diferença de temperatura na superfície do globo e na

atmosfera é, como se sabe, a causa primeira da formação dos ventos”.5 Os

hebreus atribuíam propriedade especial a cada um dos ventos:

• Safon, Mezarrim (norte) — fresco, portador de geadas.

• Daron, Teman (sul) — traz calor.

• Qadim (leste) — vem do deserto e cresta a vegetação.

• O de oeste, procedente do mar, traz chuva.

Vejamos o que a Bíblia diz a respeito:

1. Vento oriental — portador de seca e crestamento (Gn 41.6; Êx 10.13; Os

13.15; Ez 17.10; 19.12).

2. Vento sul — trazia tempestade e calor (Is 21.1; Zc 9.14; Lc 12.55).6

3. Vento ocidental — portador de nuvens e chuvas (1Rs 18.44; Lc 12.54).

4. Vento norte — trazia frio e calmaria (Jó 37.9; Pv 25.23).7

Estações

Pelos textos de Gênesis 8.22; Isaías 18.6 e Zacarias 14.8, e talvez

outros, concluímos que em Israel e em todo o Oriente Médio havia

somente duas estações: verão e inverno.

O verão começava em abril e se estendia até setembro. O tempo era

bom e seco; era o tempo das colheitas, dos trabalhos agrícolas. Eram seis

meses de completa seca.8

O inverno iniciava em outubro e ia até março. Seis meses de chuva e

frio. Muito vento, principalmente do norte. Nesse período, havia geadas e

neve nos montes. Em Cantares 2.10-13 descreve-se o fim do inverno e a

chegada do verão, que no primeiro mês (abril) correspondia a uma curta

primavera.

Os rabinos dividiam o ano em seis estações de dois meses:

1. Colheita — de 16 abril a 15 junho.

2. Cálida — de 16 junho a 15 agosto.

3. Estio — de 16 agosto a 15 outubro.

4. Semeadura — de 16 outubro a 15 dezembro.

5. Inverno — de 16 dezembro a 15 fevereiro.

6. Fria — de 16 fevereiro a 15 abril.

Chuvas

Diferentemente do Egito, onde não chove, em Israel são abundantes as

chuvas na estação própria (Dt 11.14; 1Sm 12.17,18). As primeiras chuvas

caem em outubro; são aguaceiros fortes, geralmente com trovoadas. No

litoral, as chuvas são torrenciais e mais frequentes; nas montanhas, finas e

continuadas. No deserto dificilmente chove. Ao que parece, devia chover

no tempo em que Herodes, o Grande, construiu Massada, defronte ao mar

Morto, e os essênios habitavam nessa região, pois havia grandes

reservatórios d’água, geralmente procedente das montanhas.

Depois de outubro, as chuvas prosseguem em novembro, dezembro, até

março. As derradeiras, muito esparsas, caem em abril. A Bíblia menciona

a chuva “serôdia”, ou seja, a “chuva tardia” (Pv 16.15; Jr 3.3; 5.24; Os 6.3;

Jl 2.23; Am 7.1; Zc 10.1). Também registra “chuva de pedras” ou granizo

(Js 10.11). Por último, o Livro Santo menciona o famoso “orvalho”, que

era e ainda é abundante em Israel, e cai até mesmo nas regiões desertas.

Em Salmos 133.3 há referência ao Hermom. Em Cantares 5.2, o “esposo”

diz que sua cabeça estava cheia de orvalho e seus cabelos, das gotas da

noite. O velo de Gideão produziu um copo de orvalho e molhou a relva ao

redor (Jz 6.38-40). Vale a pena consultar Jó 29.19-22; Provérbios 3.20;

Isaías 18.4; Oseias 6.4; Ageu 1.10 e Zacarias 8.12.

As precipitações pluviais, na média de um ano, chegam a 1.090 mm.9

Calendário

“O cômputo dos meses do calendário das festas entre os hebreus foi

ajustado durante os séculos, e ainda o é, sobre as fases lunares; neles não

se encontra, como seria de esperar-se, nenhum vestígio do calendário

egípcio”

O princípio do mês — Rosh Khodesh — era determinado pela primeira

aparição da luz, no ocidente, durante o crepúsculo vespertino (1Sm 20.5-

18,24-27). Os nomes hebraicos dados aos meses expressam características

próprias, como por exemplo:

1. Abibe — mês das espigas (Êx 13.4; 23.15; Dt 16.1).

2. Zive — mês das flores (1Rs 6.1-37).

3. Etanim — mês da enchente dos rios (1Rs 8.2).

4. Bul — mês das chuvas (1Rs 6.38).

5. Nisã — março-abril

6. Jyyar — abril-maio

7. Tisri — setembro-outubro

8. Morshevã — outubro-novembro.

CALENDÁRIOS ANTIGOS

Numerais Nosso

calendário Hebraico Hebraico após a

Babilônia

Assíriobabilônico

1 Abril -Abibe Nisã Nisannu

2 Maio -Ivar Ivar Airu

3 Junho -Ivã Sivã Siwanu

4 Julho -Tamuz Tamuz Duzu

5 Agosto -Ab Ab Abu

6 Setembro -Elul Elul Ululu

7 Outubro -Tisri Tisri Tasritu

8 Novembro- Morshevã Morshevã Ará-Samna

9 Dezembro -Chislev Chislev Kisiliwu

10 Janeiro -Tebelt Tebelt Dhabitu

11 Fevereiro -Shebat Shebat Sabadhu

12 Março -Adar Adar Addaru

Divisão do dia e da noite

A palavra nykthémeron expressa uma tarde (o princípio do dia). Gênesis

usa a expressão “tarde e manhã” (Gn 1.5,8,13,19,23,31). A “tarde” vem

primeiro, como em Salmos 55.17.

Os hebreus dividiam o yom (= dia completo) em duas partes:

1. Dia — de 12 horas, dividido em quatro vigílias:

1.a 6 às 9 h

2.a 9 às 12 h

3.a 12 às 15 h

4.a 15 às 18 h

2. Noite: também 12 horas com quatro vigílias (Mc 6.48):

1.a 18 às 21 h

2.a 21 às 24 h

3.a 0 às 3 h

4.a 3 às 6 h

Leia os seguintes textos da Palavra de Deus sobre as vigílias:

Êxodo 14.24; Juízes 7.19; 1Samuel 11.11; Salmo 63.6; 90.4; 119.148;

Lamentações 2.19; Mateus 14.25;12 Marcos 6.48; Lucas 2.8; 12.38;

2Coríntios 6.5; 11.27.

O ano hebreu

O ano hebreu era “solar”. Assim como a lua servia para determinar os

meses, o sol determinava a duração e a sucessão dos anos. Não era como

entre os antigos egípcios nem como o dos muçulmanos, que atrelavam o

ano à determinação do curso das estações e da renovação dos trabalhos

agrícolas. Com base em Êxodo 23.16, sabemos que as grandes festas dos

judeus determinavam o princípio, o meio e o final do ano, que era

lunissolar. Provavelmente, o ano hebraico era de 360, e não de 336 dias.

Levítico: o livro que fala da santidade de Deus

Levítico  

O livro que fala da santidade de Deus

Cleonice Russo



O Livro de Levítico é o terceiro livro de Moisés e está no centro da Tora , ou seja o culto 

está no centro da vida de Israel. O livro começa com a expressão “ê chamo a” e o tema 

fundamental é a santidade de Deus. A grande questão é como Israel podia se relacionar com 

o Deus santo dentro da aliança que Israel tinha com Deus.

A primeira parte vai tratar da questão da regulamentação dos sacrifícios. 

O livro parece em um primeiro momento sem atrativos. Mas não se pode entender o NT e o 

sentido da obra de Cristo sem se dar a devida atenção ao livro de Levítico.

E importante dar a atenção ao fato que o livro começa com uma seqüência. A palavra 

Ê. É uma continuação do Êxodo. É como se fosse um manual de instrução cúltica. Ele 

regulamentava e orientava como se deveria entrar em comunhão com Deus. Foi escrito 

para o povo, não para o sacerdote. Isso traz uma idéia que o povo conhecia a forma de se 

realizar o culto e podia por assim dizer “cobrar” dos sacerdotes uma fiel representação 

da congregação. Apesar do sacerdote representar o povo, o povo participava de forma 

direta desse processo, não era uma participação alienada. Aqui eles percebiam o quanto 

era sério o distanciamento de Deus, o sacrifício tinha que ser bem feito, isso mostrava 

desde pequenininho uma criança via que o salário do pecado era a morte. A morte de um 

animal que estava próximo dele estava relacionado com o pecado. A seriedade do que 

estava acontecendo era representado de forma pública, muito bem estruturada, marcando a 

separação do homem de Deus por causa do pecado. Eles eram uma sociedade agropecuária 

então ofereciam o que fazia parte do seu mundo, como por exemplo hoje oferecemos 

dinheiro.Eles sabiam o que o sacerdote estava fazendo lá. Eles entendiam o que acontecia. 

E inclusive eles tinham que participar individualmente do sacrifício. Colocando suas mãos 

sobre o animal. Levítico fala da necessidade da vida santa, da pureza ritual e cerimonial, 

que comunicava o que é sagrado e o que não é. Fala da gravidade do pecado e de como ele 

deveria ser expiado. Muitas leis cerimoniais que falavam da vida íntima, muitas leis sociais 

que falam como devemos nos portar no culto a Deus. 

O texto começa dizendo que “da tenda do encontro o Senhor chama a Moisés e lhe 

ordenou...”

Havia um tabernáculo com um pátio maior onde estava o altar principal e a bacia de 

bronze e na parte interior tínhamos a tenda da congregação ou tenda do encontro de onde 

Deus fala a Moisés. 

Havia o gado maior (rebanho bovino) e o gado menor (gado miúdo, rebanho caprino e 

ovino) e havia uma regulamentação especial para o holocausto (que significa aquilo que 

sobe, a fumaça que sobe do sacrifício).

O holocausto era o tipo de oferta, do sacrifício quando o gado era queimado perante Deus 

no sacrifício, no altar. Era completamente queimado, tinha que ser um animal macho, sem 

defeito, que deveria ser escolhido de acordo com as posses do ofertante. O sentido era fazer 

propiciação pelo ofertante. Os holocaustos ocupam o capítulo primeiro inteiro. A idéia 

era de dedicação total a Deus. Havia uma idéia aqui que a pessoa precisava manifestar de 

maneira concreta o que seria apresentado a Deus. Por meio da demonstração concreta o 

indivíduo que vivia da atividade da pecuária entendia como a questão do pecado deveria ser 

tratado de forma séria. O fermento e o mel não tem nenhum mal em si. O mel e o fermento 

mas a idéia aí é a de estragar, nesse sentido é de morte. E o sal faz durar, sentido de vida, 

de permanecer, de preservar, de ir adiante. O sal da aliança. Sentido de continuidade, 

permanência. 

Já no segundo capítulo vemos uma outra oferta que fazia parte do sistema sacrificial. E a 

oferta de cereal. Ela era trazida a partir do fruto da terra, provavelmente o próprio trigo. 

Uma porção cerimonial era queimada perante o Senhor. As demais porções eram comidas 

pelo sacerdote. E era feito uma espécie de bolo sem fermento no qual era incluído o sal. A 

idéia era de gratidão pelos primeiros frutos da terra. Era uma oferta dedicada especialmente 

ao Senhor. Essas ofertas eram uma maneira concreta de reconhecer o que Deus havia feito.

O que é cultuar. Cultuar a Deus pressupõe que Deus está acima, Ele é superior. O que 

devemos trazer para ele deve ser superior. O segundo é o distanciamento. Deus está acima, 

Ele é superior. Qual é seu espírito, sua atitude, 

A oferta de comunhão era chamada de oferta de paz, pacífica, e a oferta pelo pecado. 

Essa oferta era voluntária e aceitava-se pequenos defeitos. Apenas a gordura era 

queimada. As demais porções eram repartidas em uma refeição de comunhão entre os 

sacerdotes e o ofertante. Ela poderia ser feita por uma benção inesperada, por um voto 

cumprido e em ação de graças. Ela era fruto da gratidão e o foco mais importante nesse 

sacrifício. Mostrava essa relação harmônica entre o ofertante e o Senhor. Já a oferta 

pelo pecado tinha um foco diferente. Ela dependia de quem a apresentava. Ela quando 

era oferecida em favor do sacerdote, era um novilho que era dedicado, se fosse um rei a 

oferta era um bode. Se fosse um indivíduo do povo era uma cabra que era apresentada. 

Essa oferta pelo pecado se aplicava em uma situação que implicava numa necessidade 

de purificação. Era a idéia do reconhecimento que o sujeito era pecador por natureza. A 

gordura era queimada e as demais porções eram comidas pelo sacerdote. O quinto tipo de 

oferta era o carneiro sem defeito oferecido como sacrifício pela culpa, ela envolvia uma 

situação de culpa objetiva, tinha um fato específico em vista. A oferta pelo pecado era geral 

(reconhecia o estado de pecador do ser humano) e a oferta pela culpa envolvia o fato da 

pessoa ter pecado especificamente, mesmo que a pessoa tivesse pecado sem intenção. A 

oferta pela culpa era comida pelo sacerdote e a gordura era queimada perante o Senhor. O 

foco era o distanciamento entre Deus e o homem e o caminho para o homem se aproximar 

do Senhor.

A idéia de não comer sangue tem a ver com a idéia do sangue ser o símbolo máximo da 

vida. E por um raciocínio de pureza, de separar aquilo que estava ligado ao sagrado. A idéia 

não é que o sangue tem um poder espiritual. A questão da alma está no sangue não significa 

que se você se cortar e perder um pouco de sangue você perdeu um pouco de sua alma. 

Não é isso, tem mais a ver com a idéia da vida, tem o sentido que aquilo que é vivo não 

vive sem sangue. A idéia em Atos 15,o sangue foi proibido de ser comido no NT mais com 

o sentido de mistura com os pagãos. No AT tem significa ritual e no NT não. A gordura 

foi proibida por que foi considerada uma coisa especial. A idéia do Mundo antigo era 

que o rico era o gordo. O que tinha uma vida privilegiada. Os reis, os ricos, eram melhor 

alimentados e eram gordos. Os que trabalhavam muito eram em geral muito magros.

A IDÉIA da diferença no que diz respeito ao pecado pela culpa, ERA a idéia da diferença, 

sensibilidade de Deus falando para a pessoa de acordo com sua possibilidade real e 

também a idéia de quanto mais conhecimento mais responsabilidade, uma era a oferta do 

rei (sentido de maior autoridade).

O sangue espalhado pelo altar traz a idéia da contaminação do pecado (o pecado a tudo 

contamina). A idéia de purificação plena, completa, sangue espalhado por toda parte para 

vislumbrar de forma concreta. 

A idéia do sem querer não muda a realidade do fato que o pecado é pecado. A realidade do 

pecado não é psicológica. Muitos quando estão fazendo algo errado buscam um conselheiro 

que o fazem sentir bem consigo mesmo. Mas a realidade do capitulo 5: é que o pecado 

tem realidade objetiva. O pecado não é se sentir mal. Muitos fazem barbaridade e não se 

sentem mal. O pecado é pecado porque é uma realidade executada contra Deus e contra sua 

vontade. Se eu pisar no acelerador ao invés do freio, o fato de fazer isso sem querer não 

muda a realidade do fato que a pessoa vai ser atropelada. 

A santidade nos faz ter uma consciência maior da realidade do pecado.

O que importa é restaurar a comunhão com Deus.

Todo o ritual do livro de Levítico enfoca a realidade da prioridade de Deus e da relação 

do homem com Deus. Não é possível prosseguir adiante na vida sem uma restauração 

profunda e absoluta com Deus.

Dedicação,submissão – holocausto

Gratidão-oferta de cereal

Ação de graças – celebração da paz – oferta de comunhão

Restaurar uma situação prejudicada pelo pecado – oferta de culpa

O papel do sacerdote

Levítico de 6 a 10

No início de Levítico encontramos os cinco sacrifícios apresentados ao Senhor no culto do 

AT. No capítulo 6 os assuntos são retomados, repitidos. Mas desta vez o enfoque é um 

pouco diferente. Aqui aparece o papel do sacerdote. Como Arão e seus filhos devem lidar 

com a regulamentação para cada uma das ofertas. Do capítulo 8 a 10 fala mais 

especificamente de Arão e seus filhos, sua consagração, o exercício de seu ofício sacerdotal 

e a questão do que é de fato o sacerdote é então ressaltada. O sacerdote é uma figura que 

aparece inicialmente no livro de Êxodo e tem a ver com a intermediação entre Deus e o 

homem. O sacerdote apresenta o homem a Deus, já o profeta apresenta Deus ao homem. O 

sacerdote é a figura desse intermediário. Jesus é nosso sumo sacerdote. Ele estabeleceu a 

intermediação entre o Pai e o homem. A partir daí aprendemos a idéia do Novo Testamento 

que Cristo é nosso intermediador. O sumo sacerdote era responsável pelo Tabernáculo e 

pelas ofertas ministradas diariamente. Ele tinha uma espécie de uma vestimenta especial, 

ele tinha sobre si derramado o óleo da unção. O manto sacerdotal tinha sobre si o peitoral 

com as pedras que lembravam as doze tribos de Israel, tinha um turbante com uma espécie 

de coroa com seus adereços. A importância do sacerdote mostrava que ele estava lidando 

com as coisas de Deus com o sagrado. Sua função era trabalhar em favor da aproximação 

de Deus e do ser humano. O livro de Levítico não fala apenas da consagração de Arão e 

seus filhos e do início de seu ministério, ministério, aliás, muito abençoado por Deus como 

vemos da manifestação da glória de Deus que levou o povo a gritar de alegria e a prostrar-
se em adoração. O que nos surpreende neste contexto de glória é que no capítulo 10 vemos 

um evento que chama nossa atenção. Nadabe e Abiu trouxeram fogo profano diante do 

Senhor e foram mortos pelo Senhor. Deus declara que se mostrará santo dos que dele se 

aproximam e se mostrará santo. A surpresa é que eles trazem um fogo não permitido e são 

mortos na hora. Depois Moisés chama alguns integrantes da família de Arão e ordena que 

retire os parentes mortos. Moisés disse também que os sacerdotes não poderiam tomar 

vinho antes de ministrar. Eles deveriam fazer distinção entre o santo e o profano. A relação 

deles era complicada. Eles corriam o risco de se acostumarem com a liturgia e não 

diferenciarem a santidade da presença de Deus. O texto nos mostra o perigo. Com fogo 

santo não se brinca. Os outros filhos de Arão também mostraram uma dificuldade de 

compreender a santidade de Deus. O conhecimento de Deus deve nos trazer uma atitude de 

profundo temor e respeito. 

Existe uma distância entre Deus e o homem. O pecado prejudicou nossa relação de 

comunhão com Deus. 

Hoje temos acesso livre diante de Deus por causa de Jesus. Mas não devemos permitir que 

nosso coração perca o sentimento de profundo temor pela santidade de Deus.

Levítico 11 – fala de pureza e santidade. O povo que servia a Deus deveria ter uma vida 

separada, o Senhor trouxe então regras e leis ligadas ao que eles comiam. O fundamental 

era mostrar a separação com tudo o que estava relacionado com a morte. Animais que 

comiam animais mortos eram proibidos, animais que se arrastavam pelo chão, e o chão era 

o espaço onde estavam os mortos, eram proibidos. A ênfase era separar o puro do impuro, 

separando dos pagãos. 

Os judeus religiosos, conservadores, os jassidins entendem que devem observar 

literalmente essas leis. Eles tem até um rabino que observa o abate dos animais, etc. Do 

ponto de vista religioso e cerimonial, Jesus considerou puros todos os alimentos.

Levítico 12 a 15 

A questão no texto com respeito a maternidade é que há uma diferença, um distanciamento 

entre Deus e o homem, isso em virtude da sua condição de ser criatura, afetado pelo 

pecado. O mal atingiu a tudo no universo, inclusive as coisas boas e abençoadas por Deus, 

para que isso ficasse bem claro havia sacrifícios e ofertas para cada ocasião. A idéia é que 

aquilo que era para ser vida se torna morte. Há um líquido vital que se perde. Ele é símbolo 

de vida. Esse sacrifício é para marcar, para mostrar a referencia clara dessa separação, da 

diferença. A purificação envolve a pessoa que se tornou impura pelo fluxo.

A diferença entre o homem e a mulher não tem a ver com o machismo, a purificação 

pela menina durava o dobro do que a do menino. Vivia-se numa sociedade na qual a vida 

dependia da força física e a força física passava pelo homem que sustentava a família. 

As mulheres casam novas, tem filhos o tempo todo, para que a vida possa prosseguir o 

homem tem que sair de casa, caçar, plantar. A razão porque a lei diz isso é difícil de saber, 

ela provavelmente refletia a sociedade da época. Exemplo as leis que dizem respeito aos 

escravos, não favorece a escravidão apenas reflete o tipo de sociedade. 

Não há como estabelecer uma relação que uma pessoa que tinha um tipo de contaminação 

tinha cometido um pecado específico. Há sim um reflexo que o pecado atingiu a sociedade. 

Há sim a idéia de contaminação, mas isso não era em virtude de um pecado específico. 

Não são textos normativos. Não podemos entender esse texto como texto para ser praticado 

na igreja hoje. A revelação bíblica é progressiva. Essas leis cerimoniais são abolidas 

em Cristo. Elas apontam para uma realidade. Elas são sombras. Tinham uma função 

pedagógica que já foram concretizadas. Nesse caso os fatos eram descritivos, narrativos, 

mas não normativos.

A principal lição é que o Deus de santidade é o Deus da vida. Tudo o que lembrava a 

morte, ou trazia o perigo de contaminação e conseqüentemente de morte estava afastado 

do Deus da Bíblia. Isso é significativo porque vivemos em uma época ameaçada pelo signo 

da morte, uma sociedade marcada pelo aborto, pelo crime, nunca se matou tanto como no 

último século. A violência e a morte têm tomado conta das salas de cinema de vida de tanta 

gente. O Deus da Bíblia é o Deus da vida. Ele considera o caminho de impureza e de morte 

deve ser distanciado. 

Levitico 13 e 14 

Era muito complicado ficar doente no mundo antigo. A preocupação dos capítulos 11 a 15 

de Levítico era a purificação cerimonial. As impurezas ligadas ao corpo humano tornavam 

o homem impuro para cultuar, para se aproximar de Deus. A fragilidade humana era 

exposta diante da santidade de Deus.

A questão da lepra diz respeito às mais diversas doenças da pele. A idéia do texto não é 

médica embora suas técnicas sejam usadas na medicina hoje, a separação, a quarentena. 

As únicas inferências de cura dizem respeito a ação de Deus, como era o caso de Naamã 

no tempo de Eliseu. Não temos informação de alguma técnica propriamente terapêutica. A 

idéia de separação diz respeito ao indivíduo diante da sociedade. É proteger a sociedade. 

Como separamos uma pessoa com suspeita de doença infecto-contagiosa. O foco era a 

relação da santidade. O isolamento era um mal menor. 

Os lugares eram definidos por sua santidade. Fora do acampamento não existe nada de 

santidade. Há uma espécie de ensinamento didático de santidade. Esse ambiente mostrava 

como era o relacionamento de Deus com o povo. Era uma espécie de pedagogia concreta.

Quando Jesus aparece e começa a tocar o que não pode ser tocado. Cristo mostra para nós 

que Deus está conosco, no seu poder de restauração plena, muito extraordinária. Após 

lermos Levítico, ao lermos o NT as coisas vão ficar muito mais claras, Jesus vence todas 

as barreiras que nos separam de Deus. Todas as barreiras são quebradas. Tudo o que nos 

separa de Deus e nos separa uns dos outros.

Levítico 16 – o ritual ligado a expiação esse mesmo assunto é discutido no capítulo 23 e 

também é mencionado em Hebreus. A ordem dos acontecimentos era o seguinte. O sumo 

sacerdote ia até a bacia, ele tirava suas vestes comuns, lavava-se e entrava no lugar santo 

e vestia as roupas especiais ligadas ao dia de expiação. Vestia a túnica sagrada de linho, 

o calção de linho, o cinto de linho, o turbante de linho, ele então ia ao altar do holocausto 

e realizava um sacrifício por si mesmo pelo povo, depois disto ele entrava no lugar 

santíssimo no lugar da arca com parte do sangue, com incenso, com brasas vivas no altar 

do holocausto, o incenso era colocado sobre o fogo e a fumaça cobria a tampa para que ele 

não morresse. Em seguida ele aspergia parte do sangue do novilho sobre a tampa da arca 

e diante dela, aí ele saiu e lançava sortes para ver qual bode seria sacrificado e qual seria 

enviado para o deserto. Diante do altar do holocausto ele sacrificava esse bode sorteado 

como oferta pelo povo e voltava para o lugar santíssimo e aspergia o sangue do bode diante 

a tampa da arca e sobre ela. E aí saia do lugar santíssimo com o sangue do novilho e do 

bode e aspergia esse sangue sobre o altar do holocausto e colocava a mão sobre o bode e 

simboliza o pecado do povo e mandava para o deserto. O homem que levava o bode tinha 

que se lavar antes de entrar no acampamento. Então o sumo sacerdote se despia das suas 

roupas e se lavava e vinha para o altar e oferecia um carneiro para si e outro pelo povo. E 

banhava-se e lavava suas roupas e voltava para o povo. O dia mostrava a idéia da remoção 

do pecado do povo. Esse dia, o "yom kippur", acontece em outubro e é muito valorizado 

pelos judeus até hoje. A palavra se humilhar tem o sentido de jejuar, por isso os judeus 

fazem jejum. E um dia de humilhação e não pode haver trabalho nesse dia. A propiciação 

será feita uma vez por ano.

A religião judaica não equivale a pratica do AT literalmente. Ela se baseia em Esdras. Os 

judeus hoje se reúnem, fazem um jejum, um exame de consciência. Não se pratica todos os 

detalhes de Levitico 16. 

Há uma ligação desse bode emissário com Cristo que morreu fora da cidade, uma tipologia 

perfeita é complicada. Há uma ligação entre eles e a obra de Cristo. Mas ainda falta luz 

para uma definição definitiva. Há uma idéia sim de remoção do pecado e isso é o que Cristo 

fez. O jejum aponta nossa fragilidade. E isso nos faz perceber melhor quem é o Senhor. 

A SANTIDADE PARA COM DEUS SE TRADUZ NUMA ÉTICA QUE INTERFERE 

NAS RELAÇÕES HUMANAS.

Levítico 17 a 19 mostra bem isso através dos mandamentos.

Reverenciar o idoso, amar o estrangeiro. O problema sério da sociedade é quando as 

relações humanas se deterioram, quando o próximo torna-se inimigo, uma ameaça. O 

idoso representa a base de onde eu vim. A prática de cortar o cabelo e se marcar pelos 

mortos eram comuns entre os caldeus. A questão das roupas, das misturas, tem a ver com 

o ambiente pagão e também de não ir além dos limites da natureza, de inventar além do 

possível. A tatuagem em Levítico tinha um significado religioso, em homenagem a uma 

divindade. Era uma forma de cultuar, reverencial o morto. O foco do texto é não permitir 

que o fraco seja explorado. O morto está nas mãos de Deus. Quando não aceitamos isso, 

não vamos conseguir e vamos entrar por um caminho perigoso. 

Levítico 18 a 20 – Sexualidade

Nos últimos 50 anos a sexualidade tem sido um foco da sociedade. Uma nova moralidade 

foi instaurada com muitos problemas difíceis de serem contornados. A sexualidade é 

fundamental para a experiência humana contemplada na Bíblia, que estabelece limites 

para seu exercício. A sexualidade sem limites torna-se motivo de deboche, desprezo, é 

desvalorizada e provoca o aumento de maldade na terra. 

Um dos fundamentos de qualquer civilização está relacionado com a maneira como 

a sociedade pensa sua sexualidade. As sociedades antigas tinham uma visão mais de 

conjunto e não individualista como hoje. A pessoa sem referencia sexual prejudica a 

sociedade. A maioria dos crimes hediondos são praticados por pessoas com problemas 

na sua sexualidade. As sociedades que se entregaram aos prazeres imediatos faliram e 

sucumbiram. As orientações aqui tem validade em termos de proibições no NT também. 

O contexto da sociedade antiga era favorecido em relação a sociedade atual que é 

bombardeada com herotismo. A preservação na inocência ajuda a lidar com os vícios que 

surgem na adolescência. A lei mais rígida e mais séria inibe as práticas erradas. Então não 

é apenas a ação do Espírito Santo. O ambiente era menos problemático e as leis eram mais 

eficazes. O Espírito Santo não elimina a realidade da natureza pecaminosa. Existe o sentir-
se mal com o pecado, ele se policia. Mas isso não muda a realidade que a força da carne vai 

diminuir. 

Ou temos a Deus como referência ou temos o ser humano como referencia. As religiões da 

natureza, que não tem uma inspiração transcendental, eles via de regra tem a sexualidade 

como um referencial religioso. O satanismo e a bruxaria tem a sexualidade como prática 

ritual. Isso é um desvio do que Deus planejou para o ser humano. A sexualidade tem a 

ver com experiência pessoal profunda. A relação com Deus tem a ver com seu rosto. A 

experiência mais profunda e mais intensa da vida é experienciar o rosto de Deus. Sem 

limites não dá. 

Levítico 21 e 22 – pureza radical para os sacerdotes. Para o Deus especial toda a vida e 

culto deveria demonstrar pureza radical.

A Bíblia tem um princípio muito claro, quem tem mais luz é mais exigido. Não há idéia de 

impecabilidade. Ele era uma espécie de modelo para toda a congregação, por representar o 

povo diante de Deus sua vida deve ser referencia. A pessoa que decide lançar todo o legado 

fora está numa situação difícil. 

Trate a Deus como Ele merece. 

Levítico 23 a 25 –

O tempo de festa, os princípios de justiça, de igualdade e de fraternidade fazem parte dos 

planos divinos. 

O culto a Deus era demonstrado de forma concreta, objetiva. Isso era manifesto de modo 

concreto e claro. Havia um tempo sagrado durante o ciclo anual no AT. O tempo de Deus 

era um tempo muito alegre, de festa, de comemoração. A questão da blasfêmia durante 

esses capítulos demonstra que durante o tempo de comemoração e festa há aqueles que 

desprezam, menosprezam isso. 

Há o princípio sabático nesse texto, no qual o ser humano reconhece a Deus de forma 

especial e o ser humano reconhece sua finitude. O ano sabático, era um ano de repouso 

para as terras e campo, uma atitude sábia que visava não esgotar a terra e demonstrava a 

dependência de Deus e dentro desse enfoque havia o jubileu no quinquagézimo ano, os 

escravos eram libertos, as terras devolvidas, as dívidas quitadas, isso impedia a pobreza 

extrema, e esse mecanismo impedia o aumento exagerado de riqueza dos poderosos em 

oposição à miséria crescente. Depois era mencionada a festa da páscoa que lembrava a 

libertação do Egito. Na seqüência da páscoa que acontecia no mês de março/abril, nos 

próximos sete dias temos a festa dos pães sem fermento com assembléias e ofertas 

específicas, isso lembrava como o Senhor tirou os israelitas com pressa do Egito, após 

acontecia a festa dos primeiros frutos, reconhecendo a generosidade e a benção de Deus na 

terra, era apresentado um feixe, oferta movida ao Senhor e um cordeiro, logo após a festa 

das semanas, festa da colheita e depois chamada de festa do pentecostes, ela demonstrava a 

alegria e ação de graças a Deus pela colheita, com ofertas obrigatórias e voluntárias. E 

interessante que é nessa festa que temos uma relação profunda com o Cristianismo por 

causa da descida do Espírito Santo. Logo depois em outubro temos a festa das trombetas, 

também chamada de festa do ano novo, o povo pedia o favor de Deus. Havia o toque das 

trombetas e o sacrifício, logo após, nove dias depois havia o “Yom Kippur”, dia de 

repouso, de expiação, a ideia geral era de purificação de todos do sacerdote e do lugar 

santo. Cinco dias depois começava a festa Sucote, festa das cabanas, uma semana de 

celebração pela colheita e lembrava que o povo havia vivido em cabanas, também se 

oferecia sacrifícios. Havia também uma reunião solene que acontecia no final desse período 

no último dia, um dia de convocação, de sacrifício que comemorava o fim dos ciclos das 

festas. Essas festas mostravam Deus como Senhor do tempo. É importante mencionar que 

mais tarde surgiram duas festas importantes, posteriores, uma é o Purim, que é o dia 

especial de agradecer a Deus por livrar seu povo da destruição na Pérsia, acontece em 

fevereiro/março e também a festa das luzes, João 10:22 que é a Hanuka que lembrava a 

libertação no período dos Macabeus no ano 165 antes de Cristo. Isso mostrava de maneira 

concreta que Deus é o Senhor do tempo e da história.

A sociedade de Israel ela era socialista no sentido positivo do termo quando pressupunha 

que todos deviam ser contemplados pela benção de Deus e caminhava na direção de ter os 

bens mais divididos pelas pessoas. As melhores idéias socialistas foram tiradas da Bíblia. 

O problema do socialismo atual tirou Deus da jogada. Mas a base da ética é a confiança 

no próprio Deus. A postura sábia não tira a iniciativa do indivíduo (o socialismo radical 

retirou isso do indivíduo). Dentro da postura equilibrada o indivíduo tem o fruto do seu 

trabalho pelo seu próprio esforço, valoriza Deus e a realidade de Deus e o direcionamento 

divino e estabelece mecanismos que impedem que a sociedade seja dominada por homens 

sem escrúpulos. Se o socialismo corta a raiz da ética e da igualdade humana ele se torna 

tão predatório quanto o capitalismo e outros empreendimentos humanos. E infelizmente foi 

isso que aconteceu ao longo da história.

É interessante que a agricultura de Israel foi aprendida com os povos pagãos. Havia o 

perigo de a religiosidade pagã estar diretamente associada à agricultura. O que Israel fez foi 

mudar a interpretação naturalista e pagã da agricultura quando se adorava a entidades pagãs 

que supostamente garantiam uma boa colheita. No começo de março na ocasião da páscoa 

acontecia a colheita da cevada e em abril e maio acontecia a colheita geral, a colheita do 

trigo e a poda das videiras. Aqui acontecia a festa do pentecostes. A tradição judaica diz 

que a lei foi entregue na ocasião do pentecostes. Logo em seguida chegavam as primeiras 

uvas por volta de junho e julho. E por volta de julho e agosto acontecia a colheita das 

uvas, figos e azeitonas. E a vindima entre agosto e setembro e quando chegava setembro 

e outubro que acontecia o ano novo, o dia da expiação, festa das cabanas, o pessoal arava 

a terra e em outubro novembro e plantavam os grãos que cresciam na primavera, e os 

figos de inverno apareciam por volta de janeiro, fevereiro. E em fevereiro e março havia 

a retirada do linho e as amêndoas floresciam e acontecia a festa do Purim. É interessante 

observar que na própria Bíblia e na história as festas tiveram mudança de significado, basta 

ver o Pentecostes que foi absorvido pelo cristianismo. O princípio destas festas era pegar 

um contexto pagão e muda-lo e dedica-lo ao Senhor. 

O relacionamento adequado com Deus é com o Deus que se manifesta na história e que é 

Senhor do tempo. Por isso temos datas especiais para comemorar.

Levítico 26 e 27 obediência e responsabilidade

O capítulo 26 começa com advertência, não adore a imagens, Deus convoca o povo à 

obediência, a ouvirem sua palavra e a atentarem para suas orientações. A aliança trazia 

implícita a necessidade de obediência. 

A obediência envolve um relacionamento que primeiramente é pessoal. Isso envolve o 

reconhecimento devido de quem tem autoridade. Ela é fundamental para mostrar quem nós 

somos, para acharmos nosso lugar no mundo, nossa relação perante Deus. Conhecer a Deus 

em hebraico quer dizer, obedecer a ele. 

Em parte a teologia da prosperidade é verdade, o problema que é em parte. 

Deus quer um relacionamento conosco porque ele é um Deus pessoal. A santidade plena 

diante de Deus existe através de Cristo que morreu por nós

domingo, 17 de agosto de 2014

JOÃO DUNS ESCOTOS - Tratado de Primeiro Princípio

TEOLOGIA MEDIEVAL 

Tratado de Primeiro Princípio - John Duns Scotus

Breno Soares Gomes de Souza


I - INTRODUÇÃO


A existência de Deus foi um dos assuntos que ocupou os autores medievais e 

também a outros. Santo Anselmo de Cantuária (1033/4-1109) foi um dos primeiros a tratar 

do assunto do ponto de vista mais racional em suas obras Monologium e Proslogium. 

Disse ainda: “daquilo acerca do qual não se pode pensar nada maior”, esse “maior” é 

entendido em sentido qualitativo nos termos da perfeição e dos atributos divinos. Sua 

contribuição gerou interesse em outros pensadores, como veremos a seguir com o 

franciscano João Duns Scotus (1255/6-1308).

O Tratado do Primeiro Princípio (Tractatus de Primo Principio) é uma obra concisa 

de Teologia Natural 1*, possivelmente a primeira obra dos séculos XIII e XIV, dedicada 

exclusivamente ao estudo filosófico, deixando de lado a Teologia, “da existência e das 

perfeições de Deus”. Considerada por muitos como uma das mais bem elaboradas e 

pormenorizadas provas da existência de Deus da Idade Média, foi também uma das 

últimas obras de Scotus.

Há semelhança entre Scotus e Anselmo, no tocante a intenção de provar a 

existência de Deus tendo como caminho a capacidade humana de raciocínio e não 

exclusivamente na fé, encoberta de mistério. Porém o diferencial de Scotus no Tratado 

do Primeiro Princípio está na sua abordagem mediante a Metafísica 2* por Aristóteles e 

uma importante descoberta de Avicena, este afirma que se é possível a existência de um 

ser divino, esse deve necessariamente existir. Scotus bebe também da sistematização 

que Henrique Gand conferiu como as duas grandes tradições das chamadas provas da 

existência de Deus, estas são as da causalidade e eminência.

II - DESENVOLVIMENTO 


– BREVE BIOGRAFIA DO AUTOR

Príncipe da escola franciscana e uma das figuras mais representativas do período 

áureo da Escolástica (Duns, na Escócia, 1265-1266 - Colónia, 8.11.1308).

Entrou muito jovem na Ordem dos Frades Menores (cerca de 1280). Ordenado sacerdote 

a 17.3.1291, continuou os estudos de teologia em Oxford (1291-1293) e Paris (1293-

1296), onde teve como mestre, entre outros, Gonçalvo Hispano. Tendo regressado a 

Inglaterra em 1297, lê as Sentenças em diversos centros (studia) da Ordem: primeiro em 

Cambridge (Lectura Cantabrigiensis conservada no manuscrito 112 da biblioteca comunal 

de Todi), a partir de Julho de 1300 em Oxford (Lectura I Oxon., que constitui a primeira 

redacção do Opus Ox. ou Ordinatio) e, finalmente, em fins de 1302 e princípios de 1303

em Paris (manuscrito 66 do Merton College). Recusando-se a subscrever a petição de 

Filipe, o Belo, contra Bonifácio VIII, é coagido a abandonar Paris e vai continuar a sua 

carreira docente em Oxford. Em breve, sanado o conflito entre o Papa e o rei, regressa 

a Paris onde, mediante proposta do ministro geral, Gonçalvo Hispano, de 18.11.1304, 

obtém o grau de doutor em fins de 1305. De 1305 a 1306 comenta de novo as Sentenças, 

agora como mestre regente, no Studium franciscano em Oxford (1305-1306) e, em 

seguida, em Paris (1306-1307). Em fins de 1307, por motivos a que não deve ser 

estranha a situação provocada pelo processo contra os Templários e a desconfiança a 

que foram votados nos meios parisienses os defensores da Imaculada Conceição, é

enviado para Colónia, onde morre aos 43 anos. O seu corpo repousa na Minoritenkirche 

dos Franciscanos Conventuais, em Colónia. Sobre o seu túmulo lê-se, a partir de 1870: 

Scotia me genuit, Anglia me suscepit, Gallia me docuit, Colonia me tenet. Foi honrado, 

ainda em vida, com o título de Doutor Subtil a que posteriormente se juntou o de Doutor 

Mariano. Com a doutrina divulgou-se a fama de suas virtudes, sendo-lhe prestado culto 

público em diversos lugares (Colónia e Nola). O processo de beatificação e canonização 

foi introduzido em 1905.

– TEMOR, SABEDORIA E CONHECIMENTO


Começarei do que era essencial para Scotus e que deve ser para nós nos dias 

atuais; sua devoção a Deus, citada nas primeiras linhas do primeiro capítulo do Tratado 

do Primeiro Princípio, está que por sua vez deve ser inspiração aos teólogos iminentes 

em nossos dias:

§1. Que o primeiro princípio das coisas me conceda crer, saber e expor 

o que agrada a sua majestade e o que eleva nossas mentes a sua 

contemplação. Senhor nosso Deus, a teu servo Moisés, ao perguntar, 

veríssimo doutor, sobre teu nome para apresentar-te aos filhos de Israel, 

ciente do que a inteligência dos homens pode conceber a teu respeito, 

revelando teu nome bendito respondeste: “Eu sou aquele que sou”. Tu és 

o verdadeiro ser, tu és todo ser. Isso, se me fosse possível, eu quereria 

saber. Ajuda me, Senhor, na investigação de quanto conhecimento sobre 

o verdadeiro ser, que tu és, pode atingir nossa razão natural, começando 

pelo ser que de ti proclamaste.

 Scotus ao começa o tratado com esta oração que nos remete a refletir na postura 

e devoção do mesmo, e crer que é possível buscar o conhecimento também pela razão 

sem perder o temor a Deus, que segundo a Bíblia é o princípio da sabedoria (Pv 9:10). 

Portando esse tratado e a vida do próprio autor, é de estrema importância 

não só aos teólogos e estudantes da teologia, como a igreja de Cristo. Visto que 

a Teologia Natural, muitas vezes é tida como “pecado de racionalidade”, a final os 

cristãos aprenderam a crer pela fé! Ou pelo fato de achar desnecessário o estudo, 

ou por medo de se perder na razão, ou ainda temor em estudar Deus? O Fato é 

que Deus apesar de ser espiritual, não se esconde da razão. 

– PENSAMENTO


Senhor nosso Deus, Tu ensinaste infalivelmente ao doutor, Santo 

Agostinho, quando de Ti, Deus trino, escreveu no I Livro Sobre a Trindade 

(c 1, PL 42, 820): “Não há nenhuma coisa que a si mesma o ser”. Não nos 

ensinaste com igual certeza esta outra se não à aquela.

Scotus tem como ponto de partida o texto de Êxodo 3:143 “Ego sum qui sum”, isto é 

“Eu sou aquele que sou”. Esta passagem faz referência à entidade da Metafísica de Deus, 

motivo pelo qual Scotus entende que se Deus disse ser quem é, considera plenamente 

legítima a investigação sobre Sua existência, abordando pela ótica da Metafísica de 

Aristóteles*. É importante ressaltar que por se tratar de um tratado, cada conclusão deriva 

necessariamente de elementos fornecidos anteriormente.

Apesar de não conter o termo “causalidade” em nenhum momento, entende-se 

que a obra se trata principalmente desta, como um forte argumento apologético nesta 

explicação filosófica da existência de um ser transcendental. A definição simples é “cada 

efeito deve ter uma causa”, desta maneira, não podemos ter um efeito sem uma causa e 

vice versa. 

Para melhor compreensão (na verdade de forma muito simplificada e panorâmica), 

seu pensamento estará pontuado em quatro divisões:

• Ordem da eminência:

Subdivide-se em anterior (eminente - eminens) e o posterior (excesso - excessum).

A classificação de eminente tem como requisito que “tudo que é mais perfeito e mais 

nobre segundo a essência, é, assim, anterior”.

• A ordem de dependência:

Esta deixa de lado a ordem da eminência e também subdivide-se em dependente 

entendido como “efeito e aquilo de que algo depende é sua causa”, ou “efeito mais remoto 

de alguma causa e aquilo de que depende é efeito mais próximo desta mesma causa”.

3 A Bíblia de Jerusalém, 2002. P. 106.

*Aristóteles não usa o termo moderno Metafísica, dizia a “filosofia primeira”.

Há uma dependência necessária e essencial entre um anterior e um posterior, onde o 

primeiro tem uma causa, e por isso cause o posterior.

• Esta terceira consta do segundo membro da divisão anterior, sendo assim, 

• Esta quarta divisão retoma o primeiro ponto, o eminente e o excesso. 

Como anteriores ficam as causas: final, eficiente, material e formal. E como seus opostos 

ficam posteriores os efeitos: finalizado, efetivado, materializado e formalizado.

Segundo DALPIAN, L.; OLIVEIRA I. C.. O Capítulo I do Tractatus De Primo 

Principio de Duns Scotus: Introdução, Estrutura e Tradução pensamento se organiza da 

seguinte maneira:

III - CONCLUSÃO


• Teologia natural e ciência

A teologia natural tem sofrido muitos ataques por ser mal compreendida, Karl Barth 

argumentava que a teologia natural era uma iniciativa perigosa, porque se tentássemos 

conhecer o Deus vivo a partir de deduções feitas na natureza, a probabilidade de terminar 

com um Deus feito pela nossa própria imagem era muito grande. Porém não podemos 

nos esquecer do contexto em que Barth estava inserido, estava se levantando contra os 

liberas do século XIX.

 Para os Críticos o homem está caído e não pode compreender certas coisas, a 

revelação de Deus na criação é inacessível para pecadores. Mas o que dizer do texto:

“Porque do céu se manifesta a ira de Deus sobre toda a impiedade e injustiça 

dos homens, que detêm a verdade em injustiça. Porquanto o que de Deus se 

pode conhecer neles se manifesta, porque Deus lho manifestou. Porque as 

suas coisas invisíveis, desde a criação do mundo, tanto o seu eterno poder, 

como a sua divindade, se entendem, e claramente se vêem pelas coisas que 

estão criadas, para que eles fiquem inescusáveis” (Rm 1:18-20 - ACF)

A teologia Natural é a resposta humana a revelação geral, uma forma de entender 

a revelação que Deus deu de si na criação, Revelação Geral é o que Deus faz; Teologia 

natural é o que fazemos com essa revelação. Ela é basicamente aquele conhecimento 

que todo o humano tem desde o início da criação, e isso é a base para a culpa universal e 

ninguém pode declarar ignorância como desculpa. 

E por tudo isso, é que temos grandes motivos, como igreja, de estudar as obras 

teológicas. A Fim de entender que os pensamentos do homem, história da igreja, as 

crises dos mesmos e as discussões, além de serem perenes, são também repetidas 

ao longo de nossos dias. Não há nada de tão novo, nada que não tenha acontecido 

anteriormente em algum momento da história. 

IV - REFERÊNCIAS


• FREITAS, Manuel Barbosa da Costa. O Ser e os Seres. Itinerários Filosóficos, 2 

vols., Editorial Verbo, Lisboa, 2004 (1oVol., pp. 232-238). 

• SPROUL, R. C. Defendendo sua Fé: uma introdução à apologética, Ed 3, CPAD. 

Rio de Janeiro, 2012

• Revista Filosófica de Coimbra – no 36 (2009)

• Traduções, João Duns Scotus: tractatos do primo princípio. Veritas, Porto Alegre, 

V. 53, cap I e II, jul/set. 2008.

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_natural

• HTTP://sites.unifra.br/thaumazein

• http://pt.wikipedia.org/wiki/Metafísica

________________________________________________________________________

1* A Teologia Natural é uma parte da filosofia da religião que lida com as tentativas de se provar a existência 

de Deus e outros atributos divinos puramente filosóficos, isto é, sem recurso a quaisquer revelações 

especiais ou sobrenaturais. http://pt.wikipedia.org/wiki/Teologia_natural

2* A Metafísica (do grego antigo μετα [metà] = depois de, além de; e Φυσις [physis] = natureza ou física) é 

uma das disciplinas fundamentais da filosofia. Os sistemas metafísicos, em sua forma clássica, tratam de 

problemas centrais da filosofia teórica: são tentativas de descrever os fundamentos, as condições, as leis, a 

estrutura básica, as causas ou princípios, bem como o sentido e a finalidade da realidade como um todo ou 

dos seres em geral. http://pt.wikipedia.org/wiki/Metafísica

Estudo dirigido (Midrash)

CENTRO DE TREINAMENTO MINISTERIAL DIANTE DO TRONO

Estudo dirigido (Midrash)

Daniel Lisboa



Sentido literal do texto
O Apostolo Paulo apresenta nesse texto a contradição entre os benefícios da graça entregue a Israel e as consequências de sua obstinação.  Deixa claro que a incredulidade de Israel, não impediu o propósito escatológico pela eleição da graça.

Em qual momento aconteceu
Provavelmente no ano de 57 d.C, na terceira viagem missionária de Paulo.

Correlação bíblica
Romanos 11:8 – Isaías 29:10
Romanos 11:10 – Sl 69:22-23
Romanos 11:11 – Atos 13:46
Romanos  11:14 – I Cor 10:33
Romanos 11:15 – Lucas 15:24-32
Romanos 11:18 – Jo 4:22
Romanos 11:20 – I Cor 10:12
Romanos 11:24 – Jr 11:16

Revelação

A rejeição dos judeus  não foi total nem definitiva. Há um remanescente no presente e haverá no futuro.  A restauração de israel resultará em benção ao mundo todo. A inclusão dos gentios na família de Deus é antinatural. 

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